domingo, 15 de julho de 2012

5. A Gravidez


Depois daquela terrível conversa com o pai do Eduardo fiquei sem saber o que fazer da minha vida. A minha barriga estava a crescer, a gravidez a passar e eu continuava desesperada!
A verdade é que eu sempre sonhei ser mãe. Acho que é um sentimento único, é uma ligação espantosa entre mãe e filho/a. Mas nunca, nunca imaginei ser mãe numa situação destas.


Liguei para Victória. Precisava tanto de conversar, de desabafar. Ela era a pessoa ideal, uma amiga para todas as horas.
Chegou a minha casa pouco tempo depois do meu telefonema.
- Catarina, vim para aqui o mais depressa que consegui! O que se passa?
- Entra amiga, preciso de te contar uma coisa.
Contei a Victoria a minha “conversa” com o Sr. Vieira. Pela primeira vez vi uma expressão de ódio na cara da minha amiga.
- Mas quem é que esse homem pensa que é para dizer tal coisa? Se fosse comigo sabes o que é que eu fazia? Ia directamente á casa do Eduardo e contava-lhe toda a verdade em frente ao pai. E mais: exigia dinheiro todos os meses para dares ao teu filho tudo o que ele precisar.
- Eu sou bem capaz de dar ao meu filho tudo o que ele precisar! Não preciso do dinheiro daquela família. – disse eu revoltada.
Mas se tu ouvisses a maneira como ele falou….ele falou mesmo asserio. Não era a brincar. Tenho tanto medo que ele faça algum mal ao meu bebé. Acho que se alguma coisa lhe acontecesse eu não ia aguentar.
- Então o que estás a pensar fazer? Esconder a criança o resto da vida? Deixar que cresça sem um pai?
- Não, claro que não! Mas…ai, nem sei o que fazer! Estou desesperada amiga….


- Catarina, segue o teu coração! É só isso que te posso dizer. Vais ter um bebé lindo, agarra-te a ele!
- Obrigada Victoria, é isso que vou fazer. O resto virá com o tempo. 


A minha gravidez correu normalmente. Se não fosse o medo de sair de casa esta seria a fase mais feliz da minha vida. Para eu não ficar sozinha, Victoria passou lá uns tempos. Apesar de me conseguir distrair um pouco com ela e até me divertir, havia outras alturas em que o desespero voltava. Quando o bebé nascesse ia ter que contar a Eduardo. Não havia outra hipótese! Não podia deixar o meu bebé sem pai. 


A data de nascimento do bebé aproximava-se! Um dia, os meus colegas de trabalho decidiram fazer uma pequena “festa do bebé”. Todos trouxeram presentes e boa disposição! 


Antes de irem embora, todos quiseram sentir a minha barriga, foi um momento muito emocionante. Diverti-me como já há muito tempo não me divertia! J

Com todos os presentes comecei a construir o quarto do bebé. Para isso tive que aumentar a minha casa. Como o meu trabalho estava a correr bem e eu já tinha algum dinheiro junto, caprichei no quarto. Quando terminei o meu trabalho, olhei em volta, vi como estava lindo e fiquei ansiosa que o bebé nascesse. Ia-me dar força para continuar em frente!


Eis que chega o tão aguardado momento!
Num dia como todos os outros, estava a preparar-me para ir dormir. Quando me levanto do sofá sinto uma dor muito forte. Victoria, que já estava a dormir, acordou com os meus gritos. Veio a correr para a sala!
- Estás bem Catarina?
- As contrações começaram! É agora Victoria, o meu bebé vai nascer!
- Então vamos rápido para o hospital, eu levo-te!
- NÃO! Ele pode saber! O pai do Eduardo pode saber e tirar-me o meu bebé! Não posso sair de casa, não posso! Não o consigo perder!
- Está bem Catarina, tem calma! Eu ajudo-te. Juntas, conseguimos!


Depois de horas a sofrer senti o meu bebé a vir ao mundo. De repente todas as dores desapareceram e a minha única preocupação era conhecer aquele criança que cresceu dentro de mim! 
Nasceu menina saudável! Meu Deus, como ela era linda! 
Naquele momento, enquanto olhava para ela toda a minha dor para com o Eduardo desapareceu. Já não me lembrava que ele me tinha trocado por outra mulher só por esta ser rica nem que o ele não conseguia enfrentar o pai. Só conseguia pensar no amor que gerou esta criança. 
Assim, tive a certeza do nome que ia pôr à minha filha:


 Eduarda!




























8 comentários:

  1. A Eduarda é um bebé lindo e felizmente tem uma mãe que a ama muito e vai lutar com todas as forças para que nada lhe falte nem nada lhe aconteça. Já pensou em vender a casa e mudar de cidade? Ligar ao pai de Eduarda e marcar um encontro para lhe mostrar a filha? E perguntar-lhe se ele pretende viver longe dela? Enfim, é complicado mas era o que eu faria, sei que por vezes não se deve fugir e enfrentar a realidade mas a vida de um inocente está em causa.

    Beijinho!

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  2. Sim, a Catarina vai fazer tudo para proteger a sua menina! Acho que ela ainda não foi embora porque tem a esperança que o Eduardo ganhe coragem para enfrentar o pai e volte para ela e para a filha! :)

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  3. Está lindo! Pobre Catarina criar uma menina sozinha. Ela devia dizer ao Eduardo, mesmo sendo ameaçada pelo pai dele. Ele merece saber que a filha é dele.

    :D beijinhos

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  4. Que capítulo lindo!! :)

    http://diariosthesims.blogspot.com.br/

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